Duartina - A Polícia Civil de Duartina (38 quilômetros de Bauru) apura uma denúncia feita pela avó de suposta omissão de socorro em relação a um bebê que nasceu morto no último dia 12. Ela diz que a filha, uma adolescente de 14 anos, grávida de 23 semanas, procurou o Hospital Santa Luzia um dia antes, queixando-se de fortes dores, e foi medicada e liberada. Na manhã seguinte, ela retornou à unidade, com dores ainda mais fortes, e entrou em trabalho de parto, mas seu filho foi retirado da bolsa amniótica já sem vida. Para a avó e a mãe, o encaminhamento a um hospital de referência em obstetrícia em Bauru já no primeiro dia de atendimento poderia ter salvado a vida do bebê. Em nota, o Hospital Santa Luzia declarou que está colaborando com as autoridades para que os fatos sejam esclarecidos.
De acordo com o registro policial, inicialmente, a adolescente foi levada de ambulância até a unidade, por volta das 19h30 do dia 11, após relatar à mãe fortes dores na região do ventre. Segundo a versão delas, o médico que atendeu a gestante afirmou que ela tinha uma provável infecção de urina, receitou soro com medicação, sem examiná-la, e pediu que retornasse no dia seguinte para fazer exames. Antes, uma enfermeira escutou os batimentos do bebê. A avó alega que chegou a questionar o profissional se a filha não poderia estar com contrações, mas ele disse que não.
Por volta das 6h do dia seguinte, a adolescente acordou a mãe queixando-se de fortes dores, com contrações, e foi novamente levada ao hospital. Além de pedido de exame de urina, recebeu medicações e permaneceu na enfermaria. De acordo com o relato das duas, as dores só aumentaram e, após algum tempo, a gestante entrou em trabalho de parto e a bolsa com o bebê, que não se rompeu, foi retirada por uma enfermeira e levada por um médico até a UTI, onde foi rompida por um ginecologista e um pediatra. Porém, nesse momento, o bebê estava morto.
A avó alega no BO que a internação da filha no dia em que as dores começaram, e posterior transferência dela para a Maternidade Santa Isabel em Bauru, que é referência em obstetrícia na região, e dotada de UTI Neonatal, poderia ter salvo o seu neto. Além de pedirem a apuração da conduta do médico que prestou o primeiro atendimento, elas também solicitam que seja investigado eventual crime de maus-tratos por parte de uma enfermeira, que teria gritado com a gestante por ela ter descumprido ordem de não usar o banheiro e questionado se ela teria feito algo para abortar.
Resposta
Em nota, a Santa Casa de Misericórdia de Duartina - Hospital Santa Luzia informa que está proibida de apresentar esclarecimentos públicos em decorrência da proteção legal do sigilo médico e da privacidade das partes envolvidas e em obediência à legislação em vigor. "Reafirmamos nosso compromisso ao cumprimento das normas éticas e legais, especialmente no que diz respeito à confidencialidade dos atendimentos realizados em nossas dependências", declara.
O hospital ressalta que seus serviços são prestados de forma humanizada, "por profissionais altamente qualificados e capacitados, atendendo a todos os protocolos de saúde e exigências legais e sanitárias". "No mais, informamos que as questões levantadas serão tratadas pelas autoridades competentes, às quais a Santa Casa de Misericórdia de Duartina prestará total auxílio e colaboração para que os fatos sejam devidamente apurados e esclarecidos", diz.
"A Santa Casa de Misericórdia de Duartina reforça o seu compromisso com a excelência no atendimento à saúde da população, e, com o máximo de respeito, solidariza-se com a questão noticiada". Também por meio de nota, a coordenadora administrativa da entidade, Cilene Rodrigues, pontuou que "os fatos não aconteceram como estão sendo veiculados". "Vamos aguardar as apurações, pois a Santa Casa possui todos os prontuários médicos à disposição da Justiça", afirma.
Fonte(s): Jcnet
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