Na corrida das rejeições da eleição paulistana, a nova pesquisa do Datafolha mostrou que seguem empatados Guilherme Boulos (PSOL), José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB). Dizem não votar de jeito nenhum no deputado 35%, ante 31% que falam o mesmo do tucano e 30%, sobre o influenciador.
A resistência a Boulos e a Marçal era conhecida e se mostrou estável ante o levantamento anterior, de julho. Nela, o deputado do PSOL marcava 33% e o nome do PRTB, 29%. Assim, a má notícia da atual rodada é para o tucano: sua rejeição subiu nove pontos em um mês.
Nunes e Boulos dividem a liderança da corrida a essa altura, com Datena e Marçal na terceira colocação. A quinta colocada, Tabata Amaral (PSB), manteve sua baixa rejeição: 16%. O prefeito manteve confortáveis 24% de rejeição.
No caso de Datena, o mais chamativo agora, há o fato de que o apresentador até aqui não desistiu da candidatura, como fez em outras quatro ocasiões. Com isso, passou a se expor mais, como em sabatinas, agendas de rua e entrevistas usualmente polêmicas.
Ao sol, queimou-se, chegando ao nível dos rivais. E ele já era o mais conhecido de todos os nomes na praça, citado agora por 96% dos ouvidos, algo natural após décadas em programas televisivos populares. Logo, é possível inferir uma reprovação do eleitorado à sua persona política.
Nunes (84%) e Boulos (82%) seguem bem conhecidos, enquanto Marçal já apresenta rejeição grande sendo um nome familiar apenas de 62% dos ouvidos. Tabata tem nível semelhante, 58%, mas com metade do número de eleitores que nunca votariam nela.
Na história paulistana pós-redemocratização, apenas Paulo Maluf fez o sucessor, Celso Pitta, com uma rejeição semelhante do eleitorado dos três primeiros colocados deste ranking, em 1996.
As questões para os candidatos são diversas. Boulos segue tendo como calcanhar de Aquiles a imagem de radical, devido à liderança do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto que exerceu por duas décadas. Na retórica de Nunes, ele é "invasor de casas" e "depredador de prédios".
A campanha de Boulos tem adotado bandeiras suaves, como as vistas em seus programas, e o candidato até adotou o paletó em algumas ocasiões. Ao mesmo tempo, se apresenta como o "soldado de Lula", referência ao presidente que é seu padrinho político no pleito, o que afugenta parte do eleitorado conservador.
á o prefeito Nunes lida com as acusações típica de irregularidade da administração, e vê aliados problemáticos, como Milton Leite (União Brasil), serem investigados. O emedebista foi acusado diretamente de receber dinheiro desviado de creches, o que nega.
O neófito Marçal, que ainda terá sua vida pregressa escrutinada em maior detalhe, também se expôs mais, como na sabatina Folha/UOL, em que tentou se mostrar bolsonarista e excêntrico. Nesta quinta (8), dia de debate na TV, emergiu a associação entre o presidente de seu partido e o PCC, algo que ainda pode ter desdobramentos sobre sua imagem, apesar da negativa óbvia do acusado.
O Datafolha ouviu 1.092 pessoas nos dias 6 e 7 de agosto. A margem de erro do levantamento é de três pontos para mais ou menos. Contratado pela Folha, ele está registrado sob o número SP-03279/2024 no Tribunal Superior Eleitoral.
Fonte(s): Jcnet
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