O número de casos e mortes por Covid-19 voltou a aumentar em Bauru em setembro, chegando ao pico do ano na semana passada, quando 298 pessoas receberam o diagnóstico da doença. O número consta no painel Seade Coronavírus e ainda pode aumentar, visto que a atualização mais recente data da última quarta-feira (25) e a semana epidemiológica é encerrada no sábado.
Segundo a plataforma, quatro óbitos foram confirmados neste mês, até quarta. O banco de dados, portanto, ainda não contabilizou ao menos outras duas mortes provocadas pelo novo coronavírus no município. Uma delas é a do advogado criminalista e tributarista Luiz Celso de Barros, 80 anos, ocorrida na noite deste domingo (29). Outra é de um jovem que, conforme o JC apurou extraoficialmente, sucumbiu às complicações causadas pelo vírus na última sexta-feira.
A Prefeitura de Bauru, por sua vez, tem dados atualizados até 20 de setembro. De acordo com o Departamento de Saúde Coletiva, em 2024, até aquele dia, 20 moradores da cidade haviam perdido a vida para a Covid-19 e 3.837 tinham sido diagnosticados com a doença. Os números são bem próximos e até superiores a alguns meses em que Bauru ainda lidava com a pandemia, que já vitimou de forma letal 1.529 pessoas do município desde seu início.
Segundo o Executivo, entre os óbitos mais recentes - confirmados até o dia 20 - estão o de uma mulher de 63 anos com obesidade, doenças cardiovascular e neurológica crônica, ocorrido em 24 de agosto, e de um homem de 75 anos com doença cardiovascular crônica e diabetes mellitus, no dia 1.º de setembro.
Subnotificações
No dia 5 do mesmo mês, outra mulher perdeu a batalha contra o vírus. Ela tinha 68 anos e não possuía comorbidades. Para o médico infectologista Taylor Endrigo Toscano Olivo, que atua nas redes pública e privada de Bauru, é provável que haja um percentual significativo de casos não notificados, visto que a manifestação dos sintomas da Covid-19, atualmente, assemelha-se à de um resfriado ou mesmo à gripe.
"Normalmente, é dor de garganta mais intensa do que a da gripe, podendo ter coriza, tosse seca, dor no corpo um pouco diferente da que ocorre na gripe, que é mais articular. Mas, no geral, são sintomas muito parecidos com os de qualquer outra infecção respiratória alta e os casos mais leves podem passar despercebidos", avalia.
A alta de casos e mortes por Covid-19 ocorre em meio à baixa cobertura vacinal contra a enfermidade. Em Bauru, para se ter ideia, 87,84% da população receberam ao menos duas doses do imunizante, que passaram a ser oferecidas ao longo do ano de 2021. Em contrapartida, apenas 24,15% foram aos postos de saúde à procura da versão bivalente, garantida a grupos prioritários a partir de meados de 2023.
Recomendações
"É algo que pode explicar esta transmissibilidade maior. Agora, temos uma vacina nova (a Spikevax, atualizada para a variante XBB 1.5), da Moderna, que é monovalente, com cobertura também ruim, inclusive entre crianças, devido ao excesso de desinformação que segue amedrontando os pais. No entanto, a atualização vacinal é importante porque o vírus sofre mutações em uma velocidade rápida", explica.
Desde o início de 2024, a variante JN.1, considerada mais transmissível que a XBB 1.5, tem circulação predominante no País e, segundo Olivo, pode gerar quadros graves em pessoas acima de 65 anos, especialmente entre as de 80 anos ou mais. Por este motivo, ele recomenda a este grupo o uso de máscara em locais com maior risco de contágio, como aglomerações e unidades de saúde.
"A orientação, acompanhada da higienização das mãos, também vale para quem tem problemas de saúde, bem como para todas as pessoas que estão sintomáticas, visando minimizar as chances de transmissão do vírus", completa.
Fonte(s): Jcnet
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