Ouvidor das Polícias do Estado de São Paulo, Cláudio Aparecido da Silva afirmou nesta quarta-feira (23) em Bauru que denúncias sobre a operação que terminou com a morte de dois jovens e a invasão do velório de um deles no dia seguinte vieram de todo o País, de Sul a Norte.
O caso aconteceu em Bauru na semana passada e, segundo o ouvidor, pode ter desdobramentos inclusive na esfera internacional, em cortes que tratam de direitos humanos a exemplo da Corte Interamericana.
Cláudio esteve em Bauru nesta quarta e apura as circunstâncias da ocorrência. Pela manhã ele conversou com o coronel Hudson Covolan, do Comando de Policiamento do Interior 4 (CPI-4), para depois almoçar com lideranças de direitos humanos no município. Dedicou a tarde para ouvir familiares dos dois jovens mortos.
O ouvidor disse ser caótica a situação na periferia da cidade e contestou a atuação da polícia. "Isso é incabível. O papel da polícia é proteger as pessoas, e não promover a desordem ou deixar as pessoas em pânico", pontuou. Segundo ele, órgãos de controle externo, como a Corregedoria e o próprio Ministério Público (MP), serão acionados para investigar o caso. "Eu também devo procurar o comandante-geral da PM para discutir o Baep e sua atuação nas comunidades", pontuou.
Cláudio chamou de absurdo o conflito ocorrido no velório de um dos jovens. "É um momento fúnebre que deve ser carregado de paz e tranquilidade", lembrou.
De acordo com o ouvidor, o coronel Covolan também condenou as atitudes no velório como inaceitável e disse ter instaurado um inquérito policial militar para apurar o caso. "É um procedimento rigoroso de apuração, vez que o próprio Ministério Público acompanha isso", reiterou.
Cláudio deve elaborar um relatório e disparar às autoridades competentes dentro de alguns dias. Mas pode voltar a Bauru para acompanhar o caso, disse à imprensa nesta quarta-feira.
A visita do ouvidor e a instauração de inquérito pelo CPI-4 vem na esteira da morte de dois jovens na noite da última quinta no Jardim Vitória, em Bauru. A polícia diz que eles estavam armados e com grande quantidade de entorpecentes, versão que a família contesta.
Fonte(s): Jcnet
Comentários