A Polícia Federal lançou, nesta quinta-feira (24) a Operação Cessatio, visando desmantelar um esquema criminoso que desviou cerca de R$ 16 milhões do INSS por meio de fraudes no Benefício de Prestação Continuada (BPC-Loas). A ação, realizada em Boa Vista e Pacaraima, Roraima, cumpriu 14 mandados de busca e apreensão, com foco em sete escritórios de advocacia suspeitos de falsificar documentos e facilitar pedidos fraudulentos.
O grupo criminoso, segundo as investigações, trabalhava com agenciadores que recrutavam idosos venezuelanos, muitos ainda vivendo fora do Brasil, para solicitar benefícios assistenciais ilicitamente. Esses idosos, em situação de pobreza, eram trazidos ao Brasil com documentos falsificados e cadastros manipulados para acessar o BPC-Loas, benefício destinado a pessoas vulneráveis com renda familiar per capita inferior a 1/4 do salário mínimo.
Após a aprovação dos benefícios, muitos retornavam à Venezuela, enquanto os valores eram, em parte ou totalmente, apropriados pelos criminosos. Um delegado aposentado da Polícia Civil também está entre os investigados, acusado de facilitar a concessão de centenas de benefícios irregulares.
A operação é um desdobramento da Operação Ataktos, iniciada em outubro de 2024. A Justiça Federal determinou o bloqueio de bens dos suspeitos até o valor de R$ 16 milhões e a suspensão de atividades econômicas de alguns envolvidos. Os crimes investigados incluem estelionato majorado, associação criminosa e falsificação de documentos.
Fraudes recorrentes em Roraima
Esta é a sexta operação da PF em menos de dois anos em Roraima contra fraudes no INSS, região marcada por esquemas envolvendo migração irregular e benefícios sociais. A PF, em parceria com a CGU e o Ministério da Previdência, intensifica esforços para coibir irregularidades e proteger os recursos públicos.
Outro golpe bilionário
Na véspera, a PF deflagrou uma megaoperação nacional contra fraudes de R$ 6,3 bilhões no INSS, envolvendo descontos indevidos em aposentadorias por associações de fachada. A ação resultou no afastamento de cinco servidores do INSS e na demissão do presidente do instituto, Alessandro Stefanutto. A PF orienta beneficiários a verificarem extratos no Meu INSS ou pela Central 135 para bloquear cobranças não autorizadas.
As investigações continuam, com possíveis acusações de estelionato, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
*Com informações do Metrópoles
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