Encoberta há dias por uma grande "nuvem" de poluição, Bauru registrou piora na qualidade do ar, com dois dos três indicadores monitorados pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) classificados como ruins no mesmo dia. A situação é verificada sucessivamente desde o último domingo (8), em um cenário de estiagem prolongada, altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, que favoreceram o aumento de queimadas nas últimas semanas.
Durante este período, os dias mais críticos foram segunda e terça-feira. Na terça, as chamadas partículas inaláveis em suspensão, prejudiciais à saúde, permaneceram em patamar acima de 90 microgramas por metro cúbico (µg/m³) até 21h, com pico de 96 µg/m³ às 10h. O indicador é considerado ruim na faixa entre 81 µg/m³ e 120 µg/m³.
Já o índice de gás ozônio ficou nessa classificação das 16h às 20h de segunda-feira, alcançando o patamar mais elevado, de 114 µg/m³, às 18h. O único dos três indicadores que permaneceu bom entre domingo e quarta-feira foi o de dióxido de nitrogênio, que não ultrapassou 27 µg/m³.
Segundo a Cetesb, a piora é resultado de um conjunto de fatores, que inclui o tempo seco e as queimadas — no período, para se ter ideia, o Banco de Dados de Queimadas mantido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrou 570 focos de incêndio no Estado de São Paulo, 33 deles na região de Bauru. Outro motivo é a continuidade da emissão de poluentes a partir de fontes tradicionais, como veículos e indústrias.
É justamente por essa combinação que bauruenses não têm conseguido observar o céu e assistem ao pôr do sol de maneira diferente, já que o reflexo da luz nesta alta concentração de materiais particulados deixa o sol alaranjado. Além disso, os moradores têm a saúde ameaçada por estas substâncias nocivas presentes no ar.
Prejuízos
As partículas inaláveis são poluentes como poeira e fumaça proveniente das queimadas, que podem provocar irritação nos olhos, nariz e garganta, contribuindo também para o desenvolvimento de outras complicações respiratórias. Já o gás ozônio pode ser encontrado tanto nas camadas superiores da atmosfera, quanto no nível do solo - e, neste último caso, é tóxico, podendo ocasionar diminuição da capacidade pulmonar, asma, tosse e irritações, além de agravar outras doenças respiratórias.
Encontrado na atmosfera em sua forma gasosa, o dióxido de nitrogênio é emitido por meio da queima de combustíveis, sendo veículos automotores e usinas os principais geradores. A inalação deste poluente também pode ocasionar irritações no sistema respiratório, assim como agravar outras doenças, contribuindo para o desenvolvimento de asma e o aumento da suscetibilidade a infecções.
Com os indicadores em patamar ruim, a Cetesb orienta a população a reduzir o esforço físico pesado ao ar livre, principalmente pessoas com doenças cardíacas ou pulmonares, idosos e crianças, que podem apresentar sintomas mais graves.
Fonte(s): Jcnet
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