O policial militar que matou Hamilton Olímpio Ribeiro Junior, 29 anos, a tiros na madrugada do último sábado (31), durante o show da cantora Lauana Prado no Marília Rodeo Music, em Marília, trabalha em Bauru. O soldado Moroni Siqueira Rosa, 37 anos, está lotado na 4.ª Companhia do 4.º Batalhão de Caçadores (4.º BC) da Polícia Militar (PM), que abrange as regiões Norte, Leste e Sudeste da cidade.
Moroni estava de folga, acompanhado da esposa e da filha adolescente, no momento em que efetuou os disparos com a pistola Glock calibre .40, pertencente à corporação. Em seguida, conforme divulgado pelo JCNET, o PM foi contido por seguranças do evento e, após ser desarmado, acabou sendo agredido por pessoas revoltadas com o ocorrido.
De acordo com Felipe Braga de Oliveira, advogado de defesa, o soldado está internado sob escolta em um hospital da cidade com inchaço no cérebro e na face e precisará passar por cirurgia para reparar uma fratura no nariz e outra no osso zigomático (região da bochecha). O agente também perdeu dentes. "A expectativa é de que ele permaneça internado, no mínimo, por 30 dias para só então passar por estes procedimentos", explica.
Ainda no sábado, a pedido da Polícia Civil, a Justiça decretou a prisão preventiva de Moroni por homicídio doloso e lesão corporal culposa, considerando que, durante os disparos, além de Hamilton ter morrido, um homem foi ferido de raspão próximo ao queixo. A defesa, contudo, afirma que o policial agiu em legítima defesa, alegando que a vítima o agrediu com um soco no rosto e ainda tentou tomar sua arma.
Nesta segunda-feira, os advogados ingressariam na Justiça com pedido de liberdade provisória em favor do soldado. "No entendimento da defesa, não há provas sobre as alegações apresentadas pelas pessoas ouvidas pela polícia. Então, a análise da prisão deveria ser postergada para aguardar os laudos periciais e as imagens das câmeras de monitoramento", justifica Oliveira.
Gravações
Gravações de vídeo a que o JCNET teve acesso, feitas por celulares, mostram Moroni esticando o braço direito com a arma em punho. Em seguida, o PM dispara, a vítima corre e ele vai atrás, ainda com o braço estendido e a arma na mão. Outro vídeo mostra o soldado aparentemente desorientado, sendo contido por seguranças. Ele resiste em entregar a pistola, mas é desarmado. Na sequência é espancado com socos e chutes por um grupo de pessoas que participava do evento.
Oliveira informou que tenta obter imagens a partir de outro ângulo, capturadas por uma câmera de monitoramento e que mostraria a dinâmica dos acontecimentos com maior clareza e proximidade. "Pelas informações que tivemos, ela mostra o rapaz importunando a todos ao redor, o policial o advertindo, o rapaz dando o soco no PM, que pega a arma e faz os disparos. Estamos aguardando o laudo pericial do corpo, mas a defesa acredita que todos os tiros, possivelmente quatro, foram a curta distância, no momento que os dois estavam se atracando pela posse da pistola. Depois, ele corre em direção ao Hamilton, mas não é possível saber se houve disparos neste momento", frisa.
A versão dos fatos diverge do conteúdo do depoimento da companheira de Hamilton à Polícia Civil de Marília. Ela estava com a vítima no recinto de exposições e afirma que, após pedir um cigarro a uma mulher que estava próxima ao casal, Moroni surgiu e parou ao lado, porque tratava-se de sua esposa. A testemunha afirmou, ainda, que o soldado passou a encarar Hamilton "sem qualquer motivo", quando houve o desentendimento entre eles.
Moroni ingressou nos quadros da Polícia Militar em novembro de 2014, reside em Marília e está lotado no 4.º BC, em Bauru. Hamilton era técnico de operações florestais e foi sepultado no domingo (1) em Itapura (SP), cidade onde a família dele vivia, na região de Ilha Solteira.
Fonte(s): Jcnet
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