Pirajuí Rádio Clube FM

Geral

Prática ilegal impede onça-pintada de voltar à natureza; entenda

O futuro da onça, um macho de cerca de nove anos e 94 quilos, será decidido em conjunto.

Prática ilegal impede onça-pintada de voltar à natureza; entenda
IMPRIMIR
Use este espaço apenas para a comunicação de erros nesta postagem
Máximo 600 caracteres.
enviando

A onça-pintada que matou o caseiro Jorge Avalo, 60 anos, no Pantanal de Mato Grosso do Sul, não deverá ser reintroduzida em seu habitat natural. A principal razão para a decisão é a suspeita de alteração de comportamento da onça provocada pela prática ilegal da ceva —  fornecimento irregular de alimento a animais silvestres para facilitar avistamentos por humanos.

Proibida pela legislação estadual e federal, essa atividade criminosa faz com que predadores, como onças, percam o instinto natural de evitar seres humanos, aumentando drasticamente o risco de ataques.

O animal, agora sob custódia do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), poderá ser incorporado ao Programa de Manejo Populacional da Onça-Pintada, voltado à conservação da espécie em cativeiro.

O futuro do macho de cerca de nove anos e 94 quilos será decidido em conjunto pelo governo de Mato Grosso do Sul, ICMBio e Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). Atualmente, o animal está no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), onde permanece em observação devido ao seu estado de saúde debilitado — apresenta desidratação, alterações hepáticas, renais e gastrointestinais, e está 30 quilos abaixo do peso ideal.

Capturada na madrugada de quinta-feira (24), a onça demonstrou comportamento estável, mas sinais claros de habituação a humanos. A investigação busca confirmar o vínculo entre a ceva ilegal praticada nas imediações do rio Miranda e a perda de comportamento natural do felino.

O ataque ao caseiro aconteceu perto do pesqueiro Barra do Touro Morto, onde ele trabalhava. Os restos mortais de Jorge Avalo foram encontrados dois dias depois do desaparecimento, em área de mata fechada. Durante o resgate do corpo, a equipe de buscas também foi atacada pela onça.

Ataques fatais de onças a seres humanos são extremamente raros no Brasil. De acordo com o Cenap (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros), apenas dois casos letais foram oficialmente registrados no país, embora haja possibilidade de subnotificações.

O ICMBio reforçou que práticas ilegais como a ceva não apenas prejudicam a conservação da fauna silvestre, mas também colocam em risco moradores, trabalhadores e turistas que frequentam áreas de mata.

*Com informações da Folha de SP

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
Comentários:

Veja também