Em coletiva de imprensa que aconteceu nesta segunda-feira (26), na sede da Deic, a Polícia Civil deu detalhes sobre as investigações do desaparecimento de Claudia Regina Rocha Lobo, secretária executiva da Apae, crime que intriga a cidade há 20 dias. Uma câmera de segurança no Jardim Novo Pagani, na rua Maestro Oscar Mendes, quadra 2, mostra Claudia saindo da Spin branca que dirigia no dia de seu desaparecimento, em 6 de agosto, com Roberto Franceschetti Filho, então presidente da Apae, ao lado. À polícia, ele havia dito que viu Claudia pela última vez em uma reunião na Apae, anteriormente.
Em determinado momento, ela vai para o banco de trás e ele assume o volante. Neste local, o veículo fica parado por três minutos, quando, provavelmente, Claudia teria sido alvejada, de acordo com as investigações policiais. E foi justamente no lado em que ela se acomodou que a polícia encontrou a maior quantidade de sangue, segundo relatam os delegados.
Depois, o carro seguiu pela rodovia Bauru-Iacanga até uma área de descartes usada por funcionário da Apae, onde a polícia fez buscas incessantes nas última semanas, encontrando os óculos de Claudia e fragmentos de ossos que podem ser dela (laudo pericial será concluído em alguns dias). Claudia teria sido assassinada com um tiro quando estava no banco de trás. O sangue foi removido por meio de uma limpeza feita pelo acusado, mas um material biológico restou no estofado e foi constatado e recolhido na perícia.
Esses fatos e as rotas estão ancorados em imagens de dezenas de câmeras de segurança solicitadas de residências e estabelecimentos comerciais. Some-se a isso, segundo os policiais, a contradição de Roberto em dizer que havia visto Claudia pela última vez dias antes das imagens mostrarem ele e a secretária da Apae na Spin, no dia do desaparecimento dela.
Segundo o delegado titular da 1.ª Delegacia de Investigações Gerais (1.ª DIG) da Deic de Bauru, Cledson Luiz do Nascimento, após atirar na secretária-executiva, Roberto ligou para Dilomar Batista, funcionário responsável pelo almoxarifado da Apae, para saber se haveria queima de material em uma área na Bauru-Arealva.
Em seguida, relata o delegado, Roberto foi até lá, onde foi dado início à incineração do corpo com o auxílio de Dilomar. Claudia queimou em brasa por quatro dias, entre terça (6) e sábado (10), afirma a investigação. Depois, o presidente afastado se dirigiu à Apae para pegar uma Montana da entidade e retornar ao encontro de Dilomar. Por sua vez, o funcionário do almoxarifado conduziu a Spin, sendo seguido por Roberto, na Montana. Ambos deixaram a Spin na Vila Dutra para que fosse encontrada no dia seguinte.
Perícia
O chefe do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Ricardo Dias, afirma que a Spin branca foi devidamente preservada para perícia da Polícia Científica na Vila Dutra. "A perícia só pode ser questionada pela defesa do Roberto (Franceschetti Filho) se ela trouxer alguma comprovação de adulteração do trabalho dos peritos", destaca ele.
Também disse que a Polícia Civil está muito próxima de encerrar o caso completamente no que se refere ao homicídio. Sobre o possível peculato, "crime de colarinho branco", com relação aos desvios financeiros de Roberto e da própria Claudia Lobo, há um longo caminho para a investigação percorrer via Setor Especializado de Combate aos Crimes de Corrupção, Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro (Seccold). Já ficou claro para a polícia que Roberto Franceschetti Filho usava com frequência a sua conta bancária pessoal para movimentar dinheiro de doações da Apae.
Preservar a Apae
O delegado Ricardo Dias também fez um pedido para a imprensa e a população: "precisamos separar as pessoas (que cometeram crimes) da instituição. A Apae faz um trabalho excepcional durante décadas que precisa ser preservado".
A defesa
A reportagem procurou a defesa de Roberto Franceschetti Filho e os advogados informaram que vão se manifestar apenas em coletiva de imprensa a ser agendada para esta terça-feira (27).
Fonte(s): Jcnet
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